
Dor crônica espalhada pelo corpo: sinal de alerta
Se você sente dor em diferentes partes do corpo, há mais de três meses, acompanhada de fadiga constante, insônia e cansaço mesmo após dormir, é bom procurar ajuda de um profissional de saúde. Você pode estar com fibromialgia.
Se você sente dor em diferentes partes do corpo, há mais de três meses, acompanhada de fadiga constante, insônia e cansaço mesmo após dormir, é bom procurar ajuda de um profissional de saúde. Você pode estar com fibromialgia.
Doença que atinge 2% da população, a fibromialgia se caracteriza por uma dor crônica manifestada de forma difusa, ou seja, em pontos múltiplos espalhados pelo corpo: músculos, tendões, ossos e articulações. Tais regiões, chamadas de 'tender points' (pontos doloridos) são extremamente sensíveis ao toque. As maiores vítimas são mulheres entre 30 e 50 anos, mas a síndrome também se manifesta em homens, crianças e idosos.
O diagnóstico da fibromialgia é basicamente clínico. Exames laboratoriais são solicitados apenas para descartar outras doenças. Após ouvir o relato das características da dor do paciente – dor constante, por vários meses, sensação de fadiga e insônia –, o médico examina os pontos de dor. A literatura estabelece 18 pontos a serem tocados. A presença de dor em, pelo menos, 11 deles caracteriza ocorrência de fibromialgia. "Sentir dor em todo o corpo, acima e abaixo da linha da cintura, do lado direito e esquerdo, é sinal de alerta", explica a fisiatra Ana Paola Gomes Gadelha, presidente da Sociedade para o Estudo da Dor, do Distrito Federal.
Não existem estudos conclusivos sobre as causas da fibromialgia. As pesquisas apontam para uma disfunção no sistema nervoso central, especificamente, em relação à produção dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, responsáveis pelo envio dos estímulos nervosos para o corpo. A alteração na produção dessas substâncias químicas provoca maior sensibilidade à dor. Tensões e pequenos traumas musculares que muitas vezes passam despercebidos manifestam-se com dores intensas em pessoas com fibromialgia.
Sabe-se também que situações de estresse emocional, mudanças de temperatura, sobrecarga física e postural contribuem para desencadear a dor. Por isso é comum os fibromiálgicos alternarem momentos de melhora e piora.
Tratamento – Como em toda doença crônica, não existe cura para a fibromialgia. No entanto, há maneiras de minimizar os fatores que desencadeiam a dor para que a pessoa tenha uma melhor qualidade de vida. Entre os medicamentos utilizados estão os antidepressivos (que ajudam a repor a produção dos neurotransmissores), relaxantes musculares de ação central e analgésicos.
O tratamento deve ser acompanhado de atividades físicas a base de alongamentos, relaxamento e exercícios aeróbicos sem impacto, como as caminhadas. "A pessoa com fibromialgia deve melhorar o seu condicionamento físico para reduzir a sensação de fadiga e, conseqüentemente, a dor. Mas atividades físicas nesses casos precisam ser orientadas por professores de educação física ou fisioterapeutas", alerta Gadelha.
Aprender a lidar com as situações de estresse e depressão, que potencializam a dor, também é essencial. Daí a importância de procurar acompanhamento psicológico.
Saiba mais sobre a fibromialgia:
Sociedade Brasileira de Reumatologia - http://www.reumatologia.com.br/
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor – http://www.dor.org.br/
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