sábado, 1 de novembro de 2008

Mulheres entre 30 e 50 anos são as maiores vítimas da fibromialgia


Dor crônica espalhada pelo corpo: sinal de alerta

Se você sente dor em diferentes partes do corpo, há mais de três meses, acompanhada de fadiga constante, insônia e cansaço mesmo após dormir, é bom procurar ajuda de um profissional de saúde. Você pode estar com fibromialgia.

Doença que atinge 2% da população, a fibromialgia se caracteriza por uma dor crônica manifestada de forma difusa, ou seja, em pontos múltiplos espalhados pelo corpo: músculos, tendões, ossos e articulações. Tais regiões, chamadas de 'tender points' (pontos doloridos) são extremamente sensíveis ao toque. As maiores vítimas são mulheres entre 30 e 50 anos, mas a síndrome também se manifesta em homens, crianças e idosos.

O diagnóstico da fibromialgia é basicamente clínico. Exames laboratoriais são solicitados apenas para descartar outras doenças. Após ouvir o relato das características da dor do paciente – dor constante, por vários meses, sensação de fadiga e insônia –, o médico examina os pontos de dor. A literatura estabelece 18 pontos a serem tocados. A presença de dor em, pelo menos, 11 deles caracteriza ocorrência de fibromialgia. "Sentir dor em todo o corpo, acima e abaixo da linha da cintura, do lado direito e esquerdo, é sinal de alerta", explica a fisiatra Ana Paola Gomes Gadelha, presidente da Sociedade para o Estudo da Dor, do Distrito Federal.

Não existem estudos conclusivos sobre as causas da fibromialgia. As pesquisas apontam para uma disfunção no sistema nervoso central, especificamente, em relação à produção dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, responsáveis pelo envio dos estímulos nervosos para o corpo. A alteração na produção dessas substâncias químicas provoca maior sensibilidade à dor. Tensões e pequenos traumas musculares que muitas vezes passam despercebidos manifestam-se com dores intensas em pessoas com fibromialgia.

Sabe-se também que situações de estresse emocional, mudanças de temperatura, sobrecarga física e postural contribuem para desencadear a dor. Por isso é comum os fibromiálgicos alternarem momentos de melhora e piora.

Tratamento – Como em toda doença crônica, não existe cura para a fibromialgia. No entanto, há maneiras de minimizar os fatores que desencadeiam a dor para que a pessoa tenha uma melhor qualidade de vida. Entre os medicamentos utilizados estão os antidepressivos (que ajudam a repor a produção dos neurotransmissores), relaxantes musculares de ação central e analgésicos.

O tratamento deve ser acompanhado de atividades físicas a base de alongamentos, relaxamento e exercícios aeróbicos sem impacto, como as caminhadas. "A pessoa com fibromialgia deve melhorar o seu condicionamento físico para reduzir a sensação de fadiga e, conseqüentemente, a dor. Mas atividades físicas nesses casos precisam ser orientadas por professores de educação física ou fisioterapeutas", alerta Gadelha.

Aprender a lidar com as situações de estresse e depressão, que potencializam a dor, também é essencial. Daí a importância de procurar acompanhamento psicológico.

Saiba mais sobre a fibromialgia:

Sociedade Brasileira de Reumatologia - http://www.reumatologia.com.br/
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor – http://www.dor.org.br/

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